Entre os dias 19/02 e 29/03/2024, obras de MC Coelho serão expostas no Hall da Biblioteca Central da Universidade Federal de Santa Catarina. Nomeada “Onde voam os vaga-lumes: desenho a lápis, aquarela e aguadas de nanquim de MC Coelho”, a exposição terá sua abertura oficial no dia 06/03, às 14h.

A natureza no sertão do Córrego Grande é, ao mesmo tempo, a inspiração e o tema retratado nas obras. Os desenhos foram feitos com lápis aquarelável e aguadas com nanquim, com dimensões de 30 x 40 cm, no papel Bamboo, 265 g/m², da Hahnemühle.

As gentis palavras da professora Tânia Regina Oliveira Ramos, da Literatura/UFSC, apresentam a exposição. Confira:

Mário Cesar Coelho me fez um convite, um desafio, para que eu aprimorasse o meu olhar, acostumado ao signo verbal, diante do signo visual de sua arte em branco e preto nos quadros com desenhos a lápis aquarela e aguadas de nanquim. 

Opto em não construir apenas uma narrativa tão pertinente com a sua exposição “Onde voam os vaga-lumes”, que se deseja como páginas de um  livro, mas aproximar a poesia ao seu gótico contemporâneo buscado no quintal de sua casa no Sertão do Córrego Grande em tempo pandêmico. Em seus capítulos imagéticos onde explora o reino animal e vegetal nunca antes explorado pelo seu olhar, pelos sons e pelos sentidos  – água, flor, mata, vaga-lumes –  ouço e leio concretas abstrações: solidão, medo, coragem, força, enfrentamento, luz, sombra e delicadezas. 

A arte de Mário nos traz desta maneira a natureza que resistiu ao isolamento pandêmico. Ele se embrenhou, enquanto artista, na mata real e simbólica, sensual e visceral, como um desbravador, para buscar na aquarela, no nanquim e no grafite a forma de expressão mais adequada: presença e ausência de todas as cores, eternizando assim o registro estético e histórico de um tempo que nos legou cicatrizes e tatuagens. 

Como falo deste lugar que constrói fabulações com a força da memória trago, como homenagem à arte de Mário, produzida no mistério e no silêncio, a voz da menininha no final dos anos 70, diante do antigo aparelho de televisão – sem imagem em cores – na casa de seus avós: – Como pode ficar tudo assim em preto e branco se o mundo é colorido? 

                                                                           Profa. Tânia Regina Oliveira Ramos – Literatura/UFSC

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